Vice-presidência de Desenvolvimento Urbano e Mudança Climática de Mercocidades realiza evento internacional em Rosario
O encontro se desenvolveu este 14 de novembro, na Universidade Católica Argentina, titulado “Sociedade e Mudança Climática, a Globalização da Indiferença. Uma colaboração da América Latina”. A atividade foi conduzida pela intendente de Rosario e vice-presidente de Desenvolvimento Urbano e Mudança Climática de Mercocidades, Mónica Fein, e contou com a presença do economista e diretor da Rede Global Espanhola para o Desenvolvimento Sustentável, Jeffrey Sachs e representantes de governos locais de Brasil, Uruguai e Argentina.
Em seu discurso inaugural a intendente afirmou assumir o desafio de convocar a todas as cidades para lutar contra a Mudança Climática, ante o convite do Papa Francisco em Roma “Laudato Sí”. “Nas cidades é onde podemos encontrar o rosto humano, os olhos daqueles que depois de uma enchente perderam tudo, nas cidades sofremos junto aos cidadãos as consequências da mudança climática, temos um papel que cumprir”, marcou a mandatária.
Assim mesmo, Fein destacou a participação dos governos locais na Cúpula da Mudança Climática (COP 23), nas Nações Unidas, onde se debateram ações para enfrentá-la e a aplicação dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). “Aqui estamos fazendo contas, prestando um novo compromisso, convocando hoje a mais de 130 cidades que formam parte da Rede Argentina de Municípios frente à Mudança Climática (RAMCC). Oitenta delas já terminaram o inventário de gases de efeito estufa para poder 1trabalhar sobre esses temas”, expressou.
Para finalizar, a intendente exortou a assumir o compromisso “com os resíduos, os espaços verdes, o transporte público, e fundamentalmente, com os cidadãos e a participação social: reforçando o diálogo com os movimentos sociais”.
Na mesa de abertura, participaram também o arcebispo de Rosario, monsenhor Eduardo Martin e Francisco Casiello, decano da Faculdade de Química e Engenharia da UCA. Durante o encontro, o economista Jeffrey Sach fez referência à ausência de seu país de origem, Estados Unidos, no acordo pela mudança climática. Para ele, esta falta é temporal e se deve às políticas atuais norte-americanas.
“Ontem houve um artigo sobre a empresa General Electric que dizia que suas ações diminuíram um 30% no último ano, porque a empresa não faz um bom uso dos combustíveis fósseis, não usam energias renováveis, falou a seu CEO há dois anos, não o ouviu, agora o preço das ações baixou notavelmente por não ir pelo caminho correto”, disse Sach e acrescentou “os que ficam para trás vão perder seus mercados, sua economia”.
Mais adiante fez ênfase na importância de buscar novas formas de energia, como a solar ou eólica. Uma energia baixa em carbono que junto a outras medidas logre cidades mais sustentáveis. Também destacou o bom uso do solo para lograr uma agricultura sustentável. Juntos a saúde e educação de qualidade para todos e todas, e o desenvolvimento de uma sociedade de inovação, completou o diretor da Rede Global Espanhola para o Desenvolvimento Sustentável.
A continuação se realizou debates magistrais, entre eles a conferência “A atualidade da problemática da Mudança Climática no mundo”, por Jeffrey Sach e Marcelo Sánchez, chanceler da Academia Pontifica das Ciências. Além disso, se realizou um painel de prefeitos/as sobre “Atualidade e desafios dos compromissos assumidos no Colóquio Escravidão Moderna e Mudança Climática”, que foi coordenado pela intendente Mónica Fein. Participaram mandatários e mandatárias de cidades de Paraguai, Brasil, Uruguai, Equador, Alemanha e Argentina.
Ao finalizar o painel de debate entre prefeitos e prefeitas de Argentina, países latino-americanos e Alemanha, assinaram o Compromisso de Rosario mediante o qual concordam ações tendentes ao cuidado do meio ambiente e a sustentabilidade das cidades.
Entre as premissas do acordo se menciona incentivar novas formas de produção e consumo que motorizem as economias e sejam mais inclusivas e sustentáveis. Bem como, se comprometem a orientar suas políticas para formas mais eficientes de consumo de recursos, tanto materiais como energéticos, e trabalhar para reduzir a vulnerabilidade dos setores mais pobres da população, melhorar seu habitat e suas capacidades sociais.
23 de novembro de 2017