Cidades membros da Rede participaram do XIV Congresso de Cidades Educativas
O encontro que finalizou no passado 4 de junho, com uma mesa de prefeitos de distintas Cidades Educadoras, contou com as intervenções de José Alberto Reus da cidade brasileira de Porto Alegre, e Mónica Fein, da cidade anfitriã. Em sua participação, os representantes enfatizaram a função dos governos locais, para colocar na mesa de diálogo a todos os atores que integram a sociedade, para trabalharem na construção de cidades educadoras.
Entre as reflexões, o prefeito de Porto Alegre destacou o espaço público como um ponto para repensar entre os governos unidos à participação cidadã. “Cada uma das tribos que habita a cidade interage no espaço público com interesses antagônicos, e esse é outro ponto a ter em conta no momento de repensar a cidade”, considerou o representante. Assim mesmo, a educação resulta de grande importância para que a democratização se estabeleça na sociedade, “necessitamos abrir as escolas nos fins de semana para que toda a comunidade possa aproveitar-las. Há que buscar que o espaço público combata a exclusão social”, finalizou.
Por outro lado, a prefeita de Rosário refletiu que “o maior desafio segue sendo integrar na diversidade, conviver na diversidade”, e ressaltou que “a cidade educadora é aquela que não pode se parar na certeza de ter conseguido um fim determinado, e ainda mais se ampliam as esferas”.
Também participaram da mesa os prefeitos de Ishoj, Dinamarca; Saha-gu busan, Coreia do Sul, Rennes, França, e da cidade italiana Settimo Torinese, os quais compartilharam experiências e distintas formas para materializar projetos de cidades educadoras. Por seu lado, o prefeito de Settimo Torinese, Fabrizzio Puppo, falou da importância que tem para a cidade, que os governos invistam em cultura, visto que é o ingrediente que mantém a sociedade integrada. Para finalizar enfatizou que “as cidades têm o desafio de controlar as iniquidades” e para isso é necessário “criar uma cidade em sinergia estreita com os cidadãos”.
Em representação da prefeita de Rennes participou Tristan Lahaus, que expressou que a qualidade dos serviços e o espaço urbano das pessoas, têm que permitir a apropriação da cidade por parte dos que a habitam. Introduziu que em Rennes este princípio de igualdade se complementa com serviços de moradias sociais e um bom serviço de transporte público, além disso, “os serviços públicos que oferecemos necessitam ser economicamente acessíveis, para que todos os cidadãos possam utilizar-los”.
O Congresso Internacional de Cidades Educadoras foi realizado de 1º a 4 de junho na municipalidade de Rosário sob o tema “Cidades: Territórios de convivência”, no qual convocou a mais de 300 dirigentes, funcionários, especialistas e referentes de organizações sociais de todo o mundo, para trocarem experiências e políticas públicas relacionadas à convivência. Concorreram também 1100 cidadãos que se inscreveram para o evento como ouvintes.
O ato de inauguração foi presidido por Mónica Fein; Miguel Lifschiz, governador da Província de Santa Fé; e Miquel Ángel Essomba, presidente delegado da Associação Internacional de Cidades Educadoras (AICE). O ato foi iniciado com uma atuação de boas-vindas aos participantes a cargo de integrantes das escolas municipais de Danças e de Artes Urbanas, no qual evocaram vários elementos da cultura argentina e rosarina.
Em sua intervenção Miguel Lifschiz afirmou que a convivência nas cidades constitui o grande desafio dos governos locais. “Estou convencido que nos governos das cidades segue presente o germe de construir modelos superadores, que permitam integrar o desenvolvimento da economia com o emprego, a inclusão social, e a democracia participativa”, disse.
O encontro foi organizado conjuntamente pela Municipalidade de Rosário e a AICE, as quais previram uma série de visitas a experiências de gestão em diversos bairros da cidade de Rosário, atividades culturais e sociais. Situando ao Centro Municipal Distrito Sul Rosa Ziperovich, e ao Centro Noroeste Olga e Leticia Cossettini, como os lugares de visitas técnicas.
Por outro lado, Cidades Educadoras recebeu 59 projetos provenientes de 45 cidades, dos quais foram eleitos 3 projetos como os que melhor resumiram o conceito de território público e apropriação do mesmo para um fim educativo, compromisso, trabalho e luta contra a exclusão. Destacaram-se: o Centro de aprendizagem Opinmäki, na Finlândia; o L'Hospitalet de Llobregat, na Espanha; e o Bairro cultural de Gamcheon devido à regeneração criativa de um espaço degradado a uma área ativa em Saha-gu, República da Coreia.
Segundo Miguel Ángel Essomba, estas 3 experiências demonstraram que o projeto de cidade educadora consiste em passar de palavras à ação. “Esgotaram todos os recursos e pessoas disponíveis, lutaram e combateram a exclusão e a desigualdade e convergiram no fato de que são serviços para a comunidade”, explicou.
A sede do XV Congresso da AICE previsto para 2018 será a cidade de Cascais, Portugal.
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Fonte
Site XIV Congresso Internacional de Cidades Educadoras
Associação Internacional de Cidades Educadoras