Falece o inesquecível e reconhecido escritor uruguaio Eduardo Galeano
No dia de hoje, 13 de abril, morreu aos 74 anos de idade o escritor, ativista e jornalista uruguaio reconhecido mundialmente, Eduardo Galeano. Em sua despedida se recorda seu inesquecível e reconhecido trabalho a favor das lutas dos povos latino-americanos. A primeira pessoa em ser honrada como cidadão ilustre do MERCOSUL, faleceu em Montevidéu, depois de ter ingressado a um hospital por causa de um câncer de pulmão.
Nesta data, Mercocidades lembra sua história e sua distinção como cidadão ilustre do MERCOSUL.
Em 3 de julho de 2008, Montevidéu amanheceu para homenagear no Edifício do MERCOSUL, ao primeiro cidadão ilustre da região. Centenas de pessoas se reuniram para ouvir uma vez mais as palavras de um dos escritores mais apaixonados e comprometidos da nossa América.
Com seu particular relato, Galeano envolveu a toda a audiência com uma sequência de anedotas que deixaram no público presente uma profunda mensagem de união latino-americana: “Eu digo: Existem os dentes se não se juntam na boca? Existem os dedos se não se juntam na mão? Juntemo-nos! E não só para defender o preço de nossos produtos, senão também para defender o valor de nossos direitos”.
“Esta região nossa forma parte de uma América Latina organizada para o divórcio de suas partes, para o ódio mútuo e a mútua ignorância. Porém só unindo-nos seremos capazes de descobrir o que podemos ser contra a tradição que nos adestrou para o medo, a resignação e a solidão, e que a cada dia nos ensina a não nos querermos, a cuspir no espelho, a copiar em lugar de criar”, afirmou Galeano em 2008 durante sua distinção no Edifício MERCOSUL.
Galeano
Nasceu em Montevidéu no dia 3 de setembro de 1940. Iniciou-se no jornalismo aos catorze anos, no semanário socialista El Sol, em que publicava desenhos e caricaturas políticas que firmava como Gius. Posteriormente, foi chefe de redação do semanário Marcha e diretor do jornal Época. Em 1973 se exilou na Argentina, onde fundou a revista Crisis, e em 1976 continuou seu exílio na Espanha, segundo o site Biografias e Vidas.
Regressou ao Uruguai em 1985, quando Julio Maria Sanguinetti assumiu a presidência do país por meio de eleições democráticas. Posteriormente, fundou e dirigiu sua própria editora (El Chanchito), publicando ao mesmo tempo uma coluna semanal no diário mexicano La Jornada. Em 1999 foi galardoado nos Estados Unidos com o Prêmio para a Liberdade Cultural, da Fundação Lanna.
Sua obra, traduzida a mais de vinte línguas, é uma perpetua e polêmica interpretação da realidade da América Latina, estimada por muitos como uma radiografia do continente. Uma de suas obras mais conhecidas é “As veias abertas da América Latina”, uma análise da secular exploração do continente sul-americano desde os tempos de Colombo, até o presente, e que desde sua publicação em 1971 teve mais de 30 edições. Esta obra teve um momento de protagonismo político em 2009, quando o falecido mandatário venezuelano Hugo Chávez presenteou um exemplar a seu par estadunidense Barack Obama.
Em setembro de 2010 ganhou o destacado prêmio Stig Dagerman, um dos mais prestigiosos galardões literários da Suécia, entregue anualmente pela Sociedade Stig Dagerman àquele escritor que em sua obra reconhece a importância da liberdade da palavra mediante a promoção da compreensão intercultural. Galeano foi distinguido com o galardão, por estar "sempre e de forma persistente do lado dos condenados", por ouvir e transmitir seu testemunho mediante a poesia, o jornalismo, a prosa e o ativismo", segundo o jurado.